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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O futuro e a composição do consumo

O futuro e a composição do consumo
Por Carlos Lessa
26/12/2011
Fonte: Valor Econômico
 
Palavras que contêm significados positivos e simpáticos são frequentemente deslizadas de seu uso tradicional para, mediante a ampliação de sua "cobertura", melhor "vestir" atos e comportamentos. Tais deslizamentos servem de disfarce. Há um velho provérbio turco que diz: "Se quereis vender um corvo, pinte-o de rouxinol".
 
A palavra produto sugere algo material e útil; tem, associada, a ideia de produtividade. A palavra serviço é menos estimada. Assisti os bancos fazerem uma operação de metamorfose, deixando de prestar serviços e passando a oferecer "produtos". A palavra investimento foi utilizada por gerações de economistas para descrever a decisão de ampliar, modernizar ou criar nova capacidade de produção. Como a geração de emprego e renda está associada ao investimento, a ideia de adiar para o futuro decisões de gozar no presente a renda obtida sustentou o mérito da poupança. A construção do primado e da precedência da poupança sobre o investimento associa a geração de emprego e renda à decisão precedente de poupar. Na verdade, o investimento como decisão de ampliar a capacidade de produção deriva de uma afirmação soberana do Estado (por exemplo, criando fontes de energia, aperfeiçoando sistemas de transporte, defendendo a saúde e o acesso aos bens culturais aos cidadãos, etc.) ou da decisão privada de preservar ou ampliar a fatia de mercado.
 
Houve uma apropriação vulgar da palavra investimento. Ao comprar um imóvel, uma ação ou qualquer um dos múltiplos instrumentos financeiros, utiliza-se a palavra investimento. Normalmente, trata-se da compra e venda de algo preexistente, seja uma construção de anos passados, seja a fração da capacidade produtiva já instalada por uma empresa ou, a partir de metamorfose, ao que represente dívida de alguém (Estado, família ou empresa). É uma aplicação financeira, que pode ter sido realizada em busca de um rendimento no futuro ou de um ganho na compra e venda do ativo - neste último caso, trata-se de uma aplicação financeira especulativa. Encobrir tudo isso com a palavra investimento não garante novos empregos ou maior renda para a economia nacional; pode, inclusive, ser o detonador de uma crise com depressão e geração de desemprego e decrescimento da atividade produtiva.

Para um debate sobre perspectivas brasileiras, é útil deslocar o olhar para o consumo privado. Pensemos num alface, num automóvel, numa nova construção e numa aula de conhecimento geral. O pé de alface desaparece ao ser consumido; o automóvel se desgasta ao longo de anos de uso; a nova construção é bem mais duradoura e, provavelmente, o solo que ela ocupa será valorizado ao longo de sua vida útil; se a aula for assimilada, o cidadão terá melhorado seu nível de conhecimento. Tanto o alface quanto o automóvel, a nova construção e o serviço de educação, ao serem produzidos, geram renda e emprego. Tanto o alface quanto o automóvel podem ser importados, porém é melhor para o Brasil que sejam produzidos internamente (ver num supermercado uma salada de alface pré-preparada importada do exterior sugere um desperdício e um esnobismo de algum consumidor que goste de se exibir). No caso do carro importado, é patente a vontade de ser diferente e superior ao motorista do carro fabricado no Brasil.

Ambas as importações atendem a consumo supérfluo e de pouca prioridade para o desenvolvimento da sociedade brasileira. No caso da nova construção, a maioria dos materiais (areia, saibro, madeira, pedra, tijolo) é produzida em local próximo ao canteiro de obras; cimento, ferro e madeira, provavelmente, em território nacional; talvez alguma ferragem ou material cerâmico decorativo seja importado, porém, provavelmente, é produzido no país. A aula assimilada pelo cidadão, tenha sido disponibilizada no país ou fruída no exterior, será relevante se a atividade do cidadão for benéfica para o corpo social nacional. Tanto o alface como o automóvel e a nova construção exigem do consumidor um pagamento ao produtor. O serviço educacional pode ser gratuito (se a sociedade tiver ensino público universal gratuito), porém pode ser comprado de uma empresa que presta serviços de educação. O economista gosta de chamar serviços públicos de consumo público.

As implicações do consumo sobre a dinâmica familiar são variadas. O alface alimenta e melhora o processo digestivo; o automóvel dá o prazer do auto-deslocamento e o desprazer dos congestionamentos, porém exige de seu usuário compra de combustível, lubrificantes, peças de reposição, pagamentos de impostos, seguros, pedágios e gratificações aos flanelinhas, por vezes importantes despesas ligadas a consertos e reparações mas, ao envelhecer, o automóvel perde valor. A nova construção permite melhoria habitacional; impõe despesas, porém reduz o gasto de aluguel e tudo se passa como se, ao longo da vida, estivessem sendo acumulados os aluguéis, formando um patrimônio central para a vida familiar. A aula, se bem assimilada, permite uma melhoria da existência do cidadão, quer pela convivência, pela integração social ou pela vida cultural, quer pela atividade profissional.

É extremamente importante perceber os empregos, as oportunidades e as consequências dos tipos de consumo. Obviamente, para a integração nacional, multiplicação de empregos e disseminação de atividades, a nova construção tem méritos indiscutíveis: fortalece o mercado interno e cria bases para futuras produções de móveis, eletrodomésticos etc; é, por seus efeitos dinâmicos, preferível à compra de automóveis.

A cadeia produtiva da construção é predominantemente nacional e não pressiona a capacidade para importar, a não ser que cresçam, virtuosamente, a siderurgia, a indústria de cimento, a cerâmica fina, a indústria química, etc. Neste caso, o país estará importando máquinas para ampliar sua capacidade interna de produção e não gastando divisas com importações esnobes.

Para a família, do ponto de vista patrimonial, o resultado da aquisição de um imóvel é radicalmente diferente. É um erro estimular o endividamento de famílias sem residência à compra com longas prestações, juros embutidos e novas despesas imprevistas de produções de empresas existentes no país, mas que importam componentes e remetem lucros para o exterior.

Em tempo: não compre mercadorias feitas na China neste fim de ano!


Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa é professor emérito de economia brasileira e ex-reitor da UFRJ. Foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. E-mail: carlos-lessa@oi.com.br. Escreve mensalmente às quartas-feiras.




O CNJ só quer trabalhar. O STF quer...

A Emenda Constitucional nº 45, de 2004, criou o Conselho Nacional de Justiça. Após sete anos o órgão começa a ganhar força, espaço, relevância nacional. Já tem gente querendo estragar.

No dia 19 de dezembro em decisão liminar, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello suspendeu o poder "originário" de investigação do CNJ contra magistrados, determinando que o órgão só pode atuar após as corregedorias locais. Que que é isso?

A corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministra Eliana Calmon, afirmou que a instituição realiza investigações patrimoniais de juízes e servidores do Judiciário há quatro anos. O trabalho gerou polêmica quando chegou no TJ-SP. A corregedora mexeu com o sistema, com os peixes grandes.

A reação:

Associações de juízes pedem investigação contra Eliana Calmon
A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados Trabalhistas) comunicam que vão dar entrada nesta quinta-feira, 22, na Procuradoria-Geral da República, em face da quebra do sigilo de dados de 231 mil cidadãos brasileiros, sem ordem judicial, pela corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, com um pedido para apuração de autoria e materialidade de eventual prática de crimes de quebra de sigilo de dados.

Peluso nega pedido para suspender decisão que limita poder do CNJ
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, negou no sábado (24) pedido feito pela AGU (Advocacia-Geral da União) para que fosse suspensa decisão liminar sobre o poder de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).



Ao CNJ compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura...(§ 4º, Art. 103-B, CF)

O Estatuto da Magistratura é lei de iniciativa do Supremo Tribunal Federal (Art. 93, CF). Será que alguém do STF não está gostando da atuação do CNJ? O Supremo pode limitar bastante os poderes do Conselho. Um novo Estatuto da Magistratura está em discussão. Uma camisa de força está sendo confeccionada?

O CNJ tem muito o que fazer. Porém, tem muita gente de plantão apenas para atrapalhar. O artigo 103-B da Constituição Federal trata das competências do CNJ. Alguns querem rasgar a EC n° 45/2004 antes mesmo de lê-la. Leia.


CF
Art. 103-B.
(...)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;

V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;

VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.



domingo, 18 de dezembro de 2011

Jader barbalho, STF, Ficha Limpa...

Jader barbalho voltará ao Senado na semana do Natal.
Que "belo presente"!!!

Jader foi beneficiado com a derrubada da Ficha Limpa nas eleições de 2010. 

A "bela bancada" do PMDB vai crescer.
Nos próximos sete anos o Senado será a casa de Jader.

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Crescimento evangélico no Brasil

O que significa o crescimento evangélico no Brasil?
por Ronaldo de Almeida

Há cerca de três décadas essa pergunta domina o debate público sobre as mudanças religiosas recentes no país, e se desdobra em outras. Quais são as causas da expansão evangélica e suas implicações? Trata-se de um segmento conservador de matriz fundamentalista? Como lidar com a presença crescente desses religiosos na mídia, ora sendo notícia, ora na posição de proprietários do veículo de comunicação, ou ambos ao mesmo tempo? Como conviver com a moralidade pessoal e os valores públicos dos evangélicos? E a lista de questões não termina...




Não é simples definir a partir de quando os evangélicos começaram a ocupar o debate público, mas a eleição de 1986, que elegeu o Congresso Nacional Constituinte, pode ser considerada um marco. Nela, os pentecostais saltaram de dois deputados federais para dezoito, enquanto os protestantes históricos elegeram dezesseis, dando origem ao termo Bancada Evangélica, embora nem todos participassem dela, como atualmente nem todos participam. Já em 2010, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), foram eleitos 63 deputados federais e três senadores que se declararam evangélicos.

A compra da decadente Rede Record pela Igreja Universal, em 1989, também foi outro acontecimento que coroou décadas de investimento dos evangélicos nos meios de comunicação. Atualmente, ela é a segunda maior rede de televisão do país, rivalizando por vezes com a Rede Globo. Em resumo, os evangélicos não só crescem numericamente como também ampliam seu alcance para o mercado, a política e a mídia, que se retroalimentam.

Como consequência dessas investidas, existe uma preocupação disseminada na opinião pública, que se expressa na desconfiança sobre os interesses e o sentido dessa expansão religiosa. Seriam esses interesses comerciais? Ao que parece, essa é a crítica mais frequente.

A imagem dos evangélicos, sobretudo a dos pentecostais, bastante difundida na sociedade brasileira, é a de um segmento formado por pessoas na maioria das vezes honestas e confiáveis nas relações pessoais, mas pouco tolerantes com religiões e morais alheias. Suas lideranças costumam ser percebidas com desconfiança, sendo algumas consideradas ambiciosas e arrivistas. Em que medida tal avaliação procede?


Diversidade e flexibilidade

Os dados do Censo 2010 sobre filiação religiosa, assim como outros, ainda não foram divulgados. Entretanto, pelo que vêm demonstrando várias pesquisas de menor alcance demográfico, algumas tendências apontadas nos dois últimos Censos (1991 e 2000) devem permanecer: o declínio de pessoas que se identificam como católicas e o aumento daquelas que se declaram evangélicas ou sem religião. A dúvida é quais foram as taxas dessas tendências na última década.

A primeira consideração a ser feita é sobre a diversidade daquilo que genericamente se chama protestante histórico, pentecostal tradicional e neo-pentecostal. Mesmo ciente de que alguns desses religiosos não aceitariam ser classificados como evangélicos, adoto esse termo por ser de uso mais corrente e abranger todos os outros, que, por vezes, podem ser nomeados também como “crentes”. Entretanto, é prudente precaver que boa parte das minhas considerações refere-se mais propriamente ao pentecostalismo (o tradicional e o neo).

O campo evangélico é variado, e a onda do crescimento tem quebrado em várias direções e com intensidades diferentes. A diversidade engloba da posição moral mais conservadora à crescente flexibilização dos costumes e comportamentos. Em relação a esse segundo caso, cada vez menos “virar crente” significa ruptura ampla e profunda com seu modo de vida. Cada vez mais a diversidade aumenta a oferta de estilos de vida evangélicos. A onda gospel, não só como gênero musical, mas também como estética, prática cultural e comportamento juvenil, é um bom exemplo de uma vida menos “careta” e em sintonia com os tempos atuais.

Em boa medida, essa flexibilização decorre da circulação de uma parcela dos evangélicos entre as diversas igrejas. Assim, o crescimento evangélico, sobretudo da vertente pentecostal, é bem peculiar: multiplicam-se os nomes das igrejas, mas as pessoas são menos fiéis a uma delas especificamente. Uma parte significativa dos fiéis circula entre as igrejas “calibrando” sua religiosidade: com mais ou menos reflexão teológica, mais ou menos exigências comportamentais, mais ou menos emocionalismo, mais ou menos milagres, e por aí vai. Esse trânsito religioso proporcionou aos indivíduos maior autonomia, que se reflete na desinstitucionalização da prática religiosa. A vida religiosa parece cada vez mais privatizada ao mesmo tempo que de massa, logo, menos sujeita aos ditames morais de uma comunidade de “irmãos de fé”.

Isso é visível na paisagem urbana brasileira, na qual vemos igrejas neopentecostais com as portas abertas permanentemente e com cultos em vários horários do dia, os quais se frequenta sem estabelecer vínculos comunitários e pessoais densos. Vários desses templos estão próximos aos principais terminais de transporte público das grandes cidades brasileiras, configurando uma religiosidade de passagem, bem adequada à lógica e aos fluxos urbanos. Trata-se de uma religiosidade muito mais centrada na pregação do pastor (também vista individualmente em casa, pela televisão) do que no fortalecimento das relações horizontais entre os frequentadores dos cultos.

Muitos evangélicos falam da experiência religiosa como uma espécie de autoconhecimento, um voltar-se para si. Não por acaso, a pregação aproxima-se dos discursos de autoajuda e de empreendedorismo, tão recorrentes no mundo atual. Em suma, uma religiosidade muito direcionada para as demandas cotidianas materiais, afetivas e subjetivas, e menos voltada para a vida eterna, o pós-morte ou a especulação teológica, por exemplo.


Para não dizer que não falei dos católicos

Até onde vai esse crescimento evangélico, sobretudo dos pentecostais? Estes serão maioria no Brasil? Permitindo-me um exercício de futurologia, minha resposta é não, pelo menos não na velocidade que parece preocupar boa parte da opinião pública atual. Especulo que a tendência de crescimento das pessoas declaradas pentecostais, em particular, “baterá no teto”; não sei qual, mas o suficiente para não se constituírem como maioria demográfica no país.

Em boa medida, embaso meu argumento citando a expansão-reação do catolicismo carismático. Padre Marcelo, Renovação Carismática, Canção Nova são alguns dos polos da revitalização católica, principalmente entre jovens e nas áreas urbanas. Assim, se uma das tendências demográficas no país é a do declínio das pessoas que se declaram católicas, é fato também que a expansão do carismatismo entre os católicos os tem tornado mais convictos de sua identidade religiosa, à semelhança dos evangélicos.

Como consequência, a autodeclaração “católico não praticante”, tão popular no Brasil, tem cedido espaço à declaração “sem religião”. Isso pode ser considerado um feito do pluralismo religioso no Brasil: com a disputa por adeptos, a religião hegemônica (no caso, o catolicismo) é forçada à competição, colocando-se como uma alternativa, e não como a religião dos brasileiros. Resultado: se o número de católicos declina, ao mesmo tempo o catolicismo se robustece.

Entretanto, parte desse sucesso católico deve-se exatamente à semelhança dos carismáticos com os evangélicos na doutrina da conversão, na dinâmica dos ritos, na experiência emocional, nos valores morais, nas práticas sociais, nas relações comunitárias e nas estratégias de crescimento. Assim, a expansão da religiosidade evangélica não se dá somente na atração de católicos, mas também por dentro do catolicismo. A religiosidade de muitos brasileiros tem adquirido cada vez mais tonalidades evangélicas.


Política, moral e interesses

Se o crescimento dos evangélicos dá-se em várias direções, o mesmo pode ser dito da participação na política institucional. Ela varia de práticas orientadas por interesses de grupos específicos a ações pautadas por temas mais estruturais da sociedade brasileira. Ressalta-se, contudo, que as primeiras são em maior número, espelhando a própria representação política do país.

Entre as várias Comissões Permanentes do Congresso Nacional, é comum encontrarmos evangélicos naquelas que tratam dos meios de comunicação, dos programas sociais, da formação de Conselhos Públicos. Por um lado, visam à propaganda religiosa, por outro, atuam como mediadores dos serviços oferecidos pelo Estado.

Além desses interesses, os temas de ordem moral e de fé religiosa são mobilizados com a finalidade de gerar identidade política entre os fiéis. A recente eleição para a Presidência da República, em 2010, forneceu um bom cenário para pensarmos a movimentação política dos evangélicos.

De forma geral, a então candidata Marina Silva, do Partido Verde (PV), atraiu parte do eleitorado evangélico sem se valer excessivamente dessa identidade, pois já fazia parte de sua imagem pública. Seu problema foi o mesmo de Anthony Garotinho na campanha presidencial de 2002: não deixar a imagem evangélica provocar resistências no restante do eleitorado. No caso de Marina, uma declaração de que acreditava que o deus judaico-cristão havia criado o mundo lhe rendeu inúmeros questionamentos, sendo classificada por muitos como criacionista. Marina respondeu que a grande maioria da população brasileira acredita em Deus e que ele havia criado o mundo; além disso, ela não defendeu, pelo menos não publicamente, que o criacionismo fizesse parte do currículo escolar público.

Em relação à sempre polêmica questão do aborto, a candidata Dilma Rousseff (PT) foi a que mais perdeu pontos com esse debate. Graças ao marketing político de seu principal adversário, José Serra (PSDB), a posição pró-aborto foi mais associada a Dilma, o que gerou resistência de muitos religiosos, principalmente dos evangélicos. Marina respondia a essa questão propondo um plebiscito, pois estava ciente de que as sondagens estatísticas indicavam que a maior parte da população votaria contra a legalização do aborto.

Por fim, Serra assumiu a bandeira contra o aborto, assustando, e mesmo constrangendo, setores mais escolarizados e moralmente liberais nos quais tem forte base eleitoral. Mas Serra não é visto como alguém com perfil religioso, no sentido de reivindicar uma identidade, fosse ela católica, evangélica, espírita, entre outras possíveis. Seu programa eleitoral deixou o discurso contra-aborto para o pastor da Assembleia de Deus, Silas Malafaia, que tem se configurado como contraponto ao bispo Macedo e à Igreja Universal do Reino de Deus, apoiadores dos governos Lula e Dilma.

O início desse apoio aos candidatos do PT deu-se somente na campanha presidencial de 2002, graças à aliança com o então nanico Partido Republicano (PR), que além de fornecer o vice de Lula, José Alencar, tinha metade de seus deputados federais pertencentes à Igreja Universal. Cabe relembrar, contudo, que durante as eleições presidenciais de 1989 as pregações e os jornais da Igreja Universal declaravam que Lula era o candidato do diabo.


Plasticidade e enraizamento

A Igreja Universal não apenas refez seu discurso anti-Lula e anti-PT, em 2002, como assumiu uma posição pouco fundamentalista em relação à reprodução humana, em 2009. Quando se intensificou no país o debate público (na verdade, mais restrito às camadas escolarizadas) em torno das pesquisas com células-tronco embrionárias e, a reboque naquele momento, a legalização do aborto em casos específicos, a Igreja Universal declarou-se a favor dos dois pleitos. Além dela, manifestaram-se a favor setores mais liberais do protestantismo histórico, como a Igreja Metodista e a Igreja Presbiteriana do Brasil.

Como bem sabemos, a posição religiosa mais contundente e eficaz em termos políticos contra os dois temas é a da Igreja Católica, mas – convém sempre dizer – bem menos dos fiéis católicos. Ser a favor dos dois pleitos foi uma forma de a Igreja Universal se colocar na discussão em contraposição à Igreja Católica, com quem costuma rivalizar e de quem deseja o lugar na sociedade brasileira. Porém, tais posicionamentos permitiram a repercussão da pregação de Silas Malafaia como portador do discurso evangélico conservador, logo, contrário ao aborto.

O mesmo conservadorismo tem sido direcionado contra a criminalização da homofobia. Por considerarem a homossexualidade curável moral e espiritualmente, os evangélicos veem a criminalização como limitadora de sua pregação religiosa. Nesse assunto, bispo Macedo e Silas Malafaia estão do mesmo lado.

Por outro lado, em decorrência da crescente flexibilização dos costumes e comportamentos, foram criadas recentemente as “igrejas inclusivas” de perfil evangélico, que não condenam a homossexualidade. O número das igrejas inclusivas é insignificante perante a posição conservadora, mas o importante é perceber como a onda evangélica tem quebrado para vários lados, diferenciando-se conforme outras mudanças sociais no país.

Em que medida, então, procedem a preocupação e a desconfiança da opinião pública em relação ao crescimento evangélico, como indagado inicialmente? A avaliação continua cabendo ao leitor. Os argumentos aqui apresentados, contudo, visaram demonstrar como as questões de fé imbricam-se em outras dinâmicas e mudanças políticas e sociais mais amplas do contexto brasileiro, que podem ser resumidas em uma tautologia sociológica: quanto mais o Brasil se torna evangélico, mais os evangélicos, principalmente os pentecostais, tornam-se como o Brasil.


Ronaldo de Almeida
Professor de Antropologia da Unicamp, pesquisador do Cebrap e autor de A igreja Universal e seus demônios, Terceiro Nome, 2009.







segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sócrates (1954 - 2011)

Perguntaram uma vez para o Sócrates, como ele queria morrer. Ele respondeu sem pensar: “Quero morrer em um Domingo, e com o Corinthians Campeão”





O Corinthians, clube pelo qual Sócrates se tornou famoso no mundo inteiro, em nota oficial, homenageou o craque no site da agremiação:

"Hoje, que seria um dia apenas de alegria pela decisão do Brasileirão, começou triste para o futebol brasileiro, principalmente para os corinthianos.

Um dos maiores ídolos da história do Timão, Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira morreu às 4h30m da madrugada deste domingo, em consequência a um choque séptico, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele tinha 57 anos e era pai de seis filhos.

Sócrates disputou 297 jogos, marcou 172 gols e venceu três Campeonatos Paulistas (1979, 1982 e 1983) com a camisa do Timão, além de ter sido um dos principais idealizadores da Democracia Corinthiana.

O Sport Club Corinthians Paulista e toda a sua Fiel Torcida se despedem com tristeza do Magrão, mas também ficamos agradecidos pela honra de ter visto um dos maiores jogadores da história do futebol vestindo o manto alvinegro por tantos jogos. Obrigado pelos lindos gols, pelos toques geniais, pelo futebol magistral que só Sócrates tinha.

Obrigado, Doutor!" 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

2 de Dezembro - Dia nacional do Samba

Pequeníssima amostra da grandeza do Samba.

João da Baiana

Noel Rosa

Cartola

Dorival Caymmi

Adoniran Barbosa

Ary Barroso



Beth Carvalho

Carmen Miranda

Clementina de Jesus

Dona Ivone Lara

Dorival Caymmi

Elza Soares

João Nogueira

Paulinho da Viola

Pixinguinha

Riachão

Jorge Aragão

Zeca Pagodinho

Jacob do Bandolim


Elevador quebrou



BBMP!!!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

NEYMAR FICA!!!


"Neymar ficou no Santos para..."
"Neymar adiou..."
"Neymar blá blá blá..."

Neymar ficou no Santos Futebol Clube. Time grande.
Neymar faz história, porém participa de uma maior.
O escudo defendido pelo jogador carrega dois títulos mundiais. Não é pouco.

"Santos, Santos, Gooooool
Agora quem dá bola é o Santos
O Santos é o novo campeão
Glorioso alvinegro praiano
Campeão absoluto desse ano (Bis)

Santos, Santos sempre Santos
Dentro ou fora do alçapão
Jogue o que jogar
És o leão do mar
Salve o nosso campeão"

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Neymar até 2014?

Segundo Sonia Racy do site estadao.com.br:

"Hoje, no final da tarde, o Santos vai anunciar que Neymar fica no clube até 2014.

O que eles não vão dizer: depois disso, o craque deverá ir para o Real Madrid."

http://blogs.estadao.com.br/sonia-racy/suspense-6/




Ótima notícia!!!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

UFC 142 Brasil

Lá vem o UFC mais uma vez para o Brasil. O evento será realizado no dia 14 de janeiro de 2012.

Cidade??? Rio? UFC Rio 2? Acho que não. São Paulo deve ser a bola da vez. 

Brasileiros confirmados no UFC 142:

Thiago Tavares


  
Edson Barboza Jr.


 José Aldo




Vitor Belfort



Tavares e Barboza confirmados no UFC 142, no Brasil
Os dois lutadores já tinham participado do UFC Rio, disputado em agosto deste ano
LANCEPRESS!
Publicada em 08/11/2011 às 14:18
São Paulo (SP)

Mais dois brasileiros foram confirmados no UFC 142, que vai ser disputado no dia 14 de janeiro no Brasil. O peso leve Thiago Tavares vai encarar o canadense Sam Stout. Já Edson Barboza Jr. vai ter pela frente o inglês Terry Etim pela mesma categoria.

Tavares lutou pela última vez justamente na edição anterior do evento no país. No fim de agosto, no Rio de Janeiro, ele derrotou o americano Spencer Fisher por nocaute. Até o momento, o brasileiro tem 20 vitórias, quatro derrotas e um empate no cartel. Enquanto isso, Stout tem 18 triunfos, seis tropeços e um empate.

Já Barboza vive situação parecida com a de seu compatriota. Seu último combate foi no UFC Rio, quando ele venceu o inglês Ross Pearson por decisão dividida dos juízes. Ele ainda segue invicto na modalidade, com nove vitórias. Seu próximo adversário, Etim, conseguiu 15 triunfos e três tropeços.

A luta principal do UFC 142 vai ser entre José Aldo e o americano Chad Mendes. O brasileiro vai defender o cinturão do peso pena pela terceira vez. Outro combate confirmado é entre Vitor Belfort e o americano Anthony Johnson.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ranking de Público do Campeonato Brasileiro - Bahia no G4

Após a 33ª rodada do Brasileirão, o Bahia é o 15º colocado da Série A. O time luta para permanecer na elite do futebol brasileiro.

Se no ranking da pontuação do campeonato o Bahia não está no G4, no da média de público está muito bem.

Veja o ranking elaborado pelo blog rbrito.

O blog rbrito, http://rbrito1984.blogspot.com/, todas as semanas, monta e divulga o ranking de público das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.

Legenda!Neste ranking, os clubes da Série A estão representados pela cor amarela, enquanto que a cor cinza sinaliza os clubes da Série B. A Série C está em laranja e a Série D em azul claro. Já os números em vermelho ainda não foram confirmados pela CBF.



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Messi exibe camisa do Esquadrão

Campeão brasileiro de 1988 pelo Bahia, o ex-zagueiro João Marcelo esteve no Barcelona ao longo do último mês para um período de observação como estágio para treinador.

João Marcelo é um ótimo fotógrafo.

"Flagrou" Messi com uma camisa do time mais querido do Brasil.


João Marcelo com o melhor do mundo.



Agora com os brasileiros que defendem o Barça (Maxwell, Adriano e Daniel Alves)



BBMP!!!

fonte: http://www.ecbahia.com/imprensa/noticia.asp?nid=21852






quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Pan-Americano: Melhor desempenho X Bom desempenho


O Brasil registrou o melhor desempenho em Pan-Americanos fora do País.

Será que o "melhor desempenho" significou um bom desempenho?

Os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara representaram o melhor desempenho da delegação brasileira fora do País. Essa foi a avaliação feita pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), neste domingo (30), na cidade mexicana. Os atletas brasileiros conquistaram 141 medalhas no quadro geral: 48 ouros, 35 pratas e 58 bronzes. No Pan de Santo Domingo, em 2003, o País conquistou 123 medalhas, das quais 29 de ouro. Já nos Jogos Rio 2007, em que o Brasil teve delegação recorde, foram 157 pódios, com 52 ouros. http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/10/31/brasil-tem-melhor-desempenho-em-pan-americanos-fora-de-pais

Melhor e bom são avaliações totalmente diferentes.

A variável de "melhor" é o próprio passado. Joãozinho só tirava notas 3 e 4. Tirou um 5,5. Fez aquela festa. Foi o seu melhor desempenho. Viva!

Ter um bom desempenho é outra história.

O chefe de missão do Brasil em Guadalajara, Bernard Rajzman, afirmou acreditar que o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, vai continuar o trabalho de fomento ao esporte de alto rendimento. http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/10/31/brasil-tem-melhor-desempenho-em-pan-americanos-fora-de-pais

Fomento ao esporte de alto rendimento?

Precisamos fomentar o ESPORTE. Educação e Esporte precisam caminhar lado a lado. Precisamos investir no cidadão (futuro campeão), deixar de estampar marcas nos campeões (em quem conseguiu o “alto rendimento” mesmo com apoio zero).

Quando o esporte e a educação forem levados a sério teremos uma nação de alto rendimento.


Brasil, mais uma vez atrás de Cuba no Pan: uma vergonha

por José Roberto Malia, colunista do ESPN.com.br
http://espn.estadao.com.br/espn/noticia/223933_ESPN

Antes do fuzilamento no paredão da incompetência, as glórias a quem merece: os atletas brasileiros, verdadeiros heróis.

Com raríssimas exceções, abnegados pelo esporte tratados a pão de ló produzido em padaria constantemente multada por venda de alimentos impróprios para o consumo.

O máximo de respeito sempre será muito pouco pelo que fazem. Chegam a ser super-homens e mulheres maravilhas. De carne, osso e incrível superação.

Já os cartolas... Não esperaram nem os mexicanos apagarem a tocha para cantar de galo pelos resultados obtidos no Pan-americano de Guadalajara.

Perfilados como canarinhos, enalteceram a ‘brilhante política esportiva’ adotada na ‘Suíça sul-americana’, comandada pelo COB (caixinha, obrigado Brasil), do eterno Carlos ‘Rolando Lero’ Nuzman.

Uma política sem pé nem cabeça. E muito menos competência. Uma vergonha se comparada ao desempenho da pequena Cuba, que desde 1962 enfrenta embargo dos EUA – 58 a 48 no lugar mais alto do pódio. Pela 11ª vez, deixou o Brasil na poeira, competindo com 447 atletas contra 515. Aos números:


Brasil                                                                          Cuba
48 ouros/141 total          Medalhas              58 ouros/136 total
8.514.876 km²                      Área                      110.861 km²
192.376.496                  População                   11.242.621
US$ 2,1 trilhões                  PIB                      US$ 51 bilhões
US$ 11.300                     Per capita                    US$ 4.500
90%                             Alfabetização                     99,8%
72,4 anos                  Expect. de vida                78,3 anos
19,3/mil nasc.            Mortal. infantil                5,1/mil nasc.



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Veja: Maçã podre ou envenenada?


A Veja está pronta para invadir o mercado das revistas de novelas, celebridades, artistas, fofocas, sensacionalismo, horóscopo...

A Veja continua descendo a ladeira. A entrevista com a Mulher Maça foi “muito esclarecedora”. Saber da sua relação com a Apple foi um furo de reportagem. Como a mídia poderia deixar este personagem fora do contexto? Como está a vida da Maça após a morte do grande Steve?

Você sabe que jornalismo a Veja faz? O Jornalista Luís Nassif sabe:

“O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.” 
(http://sites.google.com/site/luisnassif02/)

Fica uma pergunta: A Veja é uma maçã podre ou envenenada?

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Veja: Por que você ficou tão abalada com a morte de Steve Jobs?

Mulher Maçã: Ele parecia uma pessoa do meu convívio, sabe? Foi tipo a morte do Senna. Eram meus ídolos.

Veja:Em que Jobs inspirou sua vida?

Mulher Maçã:Sou fã dos produtos dele. Até brincavam que eu era dona da empresa, também. Você sabe, né? Eu sou a Mulher Maçã. Meu sucesso veio junto com o da Apple, sabe?

Veja:Dona?

Mulher Maçã:Uma vez, uma pessoa estava na dúvida se comprava um iPhone 4. Eu falei que era bom, e a pessoa comprou.

Veja:Só por isso?

Mulher Maçã:O meu apelido é o nome da empresa dele. É uma coisa que a gente tem em comum, sabe?

Veja:Sei.

Mulher Maçã:Tem outra coisa. Eu admirava o Jobs por causa da invenção desses telefones ultra-mega-modernos. E, por causa do símbolo que temos em comum, nunca vou me esquecer dele. Assim, é uma coisa que eu vou levar até a morte. Realmente é… ai… é triste, né?

Veja:Sua voz está embargada?

Mulher Maçã:Desculpa. Nossa, eu chorei quando soube da morte dele. É sério.

Veja:E de onde vem seu apelido?

Mulher Maçã:Desde o tempo de colégio, por causa do formato do bumbum. Mas depois as pessoas passaram a me associar à Apple por causa da minha mania dessas coisas de computador, sabe?